O
arroz frequenta a mesa de dois terços da população mundial,
constituindo-se o cultivo alimentar mais importante de vários países,
principalmente da Ásia e Oceania. O seu cultivo é tão antigo quanto à
própria civilização, remontando à Antiguidade.
A
data e o local exatos da origem do cultivo arroz não são precisos. A
maioria dos autores acredita que ele seja originário da Ásia
Sul-Oriental, região que inclui a China, a Índia e a Indochina.
Evidências arqueológicas na China e na Índia atestam a existência do
arroz há cerca de 7000 anos.
Inúmeros
botânicos defendem a ideia do aparecimento do grão no Sudeste asiático.
Em favor dessas hipóteses, existem as tradições antiquíssimas da China,
os nomes com que esse vegetal é conhecido nas antigas línguas da Ásia e
as informações de escritores gregos e romanos. Tudo isso reforça a
opinião daqueles que excluem qualquer outra origem a não ser a asiática.
As
referências mais concretas, entretanto, remontam ao ano de 2822 a.C.,
durante a célebre cerimônia instituída pelo imperador da China, que
consistia em semear, ele próprio, anualmente, as sementes de arroz.
Por
não haver indícios seguros sobre a origem do arroz, os estudiosos
passaram a buscar respostas na sinonímia da planta, ou seja, os nomes
com que o cereal fora conhecido pelos povos antigos. Tais investigações,
porém, apontam para diversos rumos, como Ásia, Europa e América. O
arroz, que os latinos denominavam Oryza, e que os antigos gregos
chamavam de Oruzon e Oruza, em certas línguas era identificado por nomes
que muito se aproximam dessas palavras, como por exemplo, Oriz. Para os
árabes era Eruz, Uruz, Rouz ou Arous, de onde derivou o nome arroz dos
portugueses e espanhóis.
Na
Europa, a introdução do arroz na cultura de seus povos se deu pelos
mouros no século VIII, na Península Ibérica. A partir daí, difundiu-se
nos demais países. No final do Século XV, a cultura do arroz se difundiu
nas regiões da Lombardia, Veneto e Piemonte.
Na
América, não existem documentos seguros para afirmar a época precisa do
início do cultivo do arroz no continente. Contudo, as informações que
se têm datam de 1694, na Carolina, e em 1718, na Louisiana, ambas nos
Estados Unidos.
O
arroz é um dos alimentos mais populares do Brasil. Apesar disso, até o
começo do século IX, era pouco conhecido por aqui. Arroz e presunto
foram os alimentos que os portugueses deram aos índios, no seu último
encontro, ao chegarem aqui no ano de 1.500, como informa Pero Vaz de
Caminha em sua famosa carta. O arroz já era plantado na capitania de São
Vicente, o que corresponde atualmente ao litoral sul de São Paulo até o
sul do Rio de Janeiro.
No
Brasil, as notícias sobre cultivo do arroz remontam ao início da
colonização, em especial na Capitania de São Vicente (1530-1540). Mais
tarde o produto se espalha por outras regiões do litoral e,
especialmente, no Nordeste brasileiro. Em todos esses locais, são
pequenas lavouras, para subsistência.
Somente
com a abertura dos portos por D. João VI, em 1808, é que o cereal
começou a ser importado para o país, fazendo sucesso a ponto de
modificar os hábitos alimentares da população da época: o angu e a
batata doce, que eram os alimentos mais consumidos no Brasil, cederam
então lugar ao recém-chegado cereal.
Auguste
de Saint Hilaire, em sua viagem realizada nos anos de 1820/21 ao Rio
Grande do Sul, atual estado maior produtor de arroz, já fala da
ocorrência de lavouras desse cereal. Vários autores citam os colonos
alemães de Santa Cruz do Sul e Taquara como os introdutores da cultura
no estado, sempre em pequenas lavouras, em estilo colonial.
Em
1904, no município de Pelotas, surge a primeira lavoura empresarial, já
irrigada. Depois, a cultura chegou a Cachoeira do Sul e, a partir de
1912, teve grande impulso, graças aos locomóveis, veículos movidos a
vapor produzido pela queima da lenha. Os locomóveis acionavam bombas de
irrigação, o que facilitava a inundação das lavouras de arroz.
O
desenvolvimento genético, o aprimoramento do cultivo e as tecnologias
empregadas do plantio à colheita, permitiram a redução do tempo de
desenvolvimento e maturação da planta, enriqueceram substancialmente a
qualidade do grão, tanto na sua massa quanto na sua constituição
nutritiva.
Em
1940, com 90% da população vivendo na zona Rural, o processo de
beneficiamento era obtido através de pilões (peça de madeira que serve
para triturar grãos). Era preciso muito esforço para pouco rendimento,
com baixos resultados.
Com
o crescimento da população e da demanda de alimento, foram criados
meios mais sofisticados que modernizaram as indústrias de arroz.
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